terça-feira, 16 de outubro de 2012

professores que marcaram páginas!


Aos mestres com carinho!

Olá, amigos da ideias.
Hoje, 15 de outubro, é dia do professor e eu vinha colecionando alguns rodapés literários a respeito da data para conversar com vocês há um tempo. Por fim, depois de passar o dia inteiro ouvindo coisas tão negativas nos noticiários, documentários, telejornais acho que não vai dar pra fazer o que eu tinha pensado.
Não vai dar para fazer o que eu tinha pensado, isso é o que quero dizer!
Isso porque, depois de pensar e refletir sobre todas as coisas negativas que a imprensa insistiu em veicular nas últimas horas só o que me resta dizer é o seguinte:

Cada um de nós pode e deve fazer (a despeito dos meios de comunicação alardearem o dia inteiro que os professores nada têm para comemorar) a sua parte, e acho que isso vale para qualquer profissão. O resto, o Universo conspira pra que seja do jeito que tem que ser. (Eu, 15/10/2012).


Então, bora fazer o que eu tinha planejado anteriormente que é uma pequena homenagem através  de professores na literatura. Nada muito sério, pura diversão (e por que não?)
- Começando pelo mundo da magia de J.K. Rowlingmesmo não sendo muito fã da série Harry Potter, não dá pra deixar de lado esses quatro:


1) Severo Snape,  este, faz o que tem que ser feito, não importa o  que seja, nem para que lado. Brilhantemente interpretado pelo ator inglês Alan Rickman (não, ele não é parente da Ana Hickmann -que bobagem é essa que eu estou escrevendo aqui);
Mestre das disciplinas de Poções e  Defesa Contra as Artes das Trevas


2) Alvo Dumbledore, dispensa comentários é o mestre por excelência, aquele a quem todos respeitam e admiram, capaz de morrer pelo bem de todos.
Apesar de "você sabe quem", diretor de Hogwarts e mestre em transfigurações













Mestra na arte da transfiguração
3) Minerva McGonagall, por baixo do manto da austeridade, no fundo é umas mãezona. sempre cabe mais um no abraço dessa bruxa.


4) Sybil Trelawney, lenços, cabelos compridos, colares de contas, óculos, saias vaporosas, anéis.... "maluca beleza" em Hogwarts. Quem não quer uma professora assim?

Mestra em Magia e adivinhação, só podia, né?
 - Se para ser qualquer coisa na vida é preciso de um bom professor, então, Sherlock Holmes tem um antagonista à altura pois seu arqui-inimigo, o Professor Moriarty não mede esforços para vingar-se de Holmes. Na verdade, pouco se sabe, (pelo menos eu sei pouco) sobre o motivo de Moriarty ter o epiteto de professor mas, já que Sir Arthur Conan Doyle assim o quis, assim será: Registro aqui o 'Professor' Moriarty. 

Ilustração de Paget, para obra de Conan Doyle 
- Mas, como nem tudo são flores na literatura, há professores e professores e a descrição que segue, creio eu, dispensa maiores explicações. Segue aí um trecho do dito "único exemplo de romance impressionista brasileiro", segundo especialistas:

"Nas ocasiões de aparato é que se podia tomar o pulso ao homem. Não só as condecorações gritavam-lhe do peito como uma couraça de grilos: Ateneu! Ateneu! Aristarco todo era um anúncio. Os gestos, calmos, soberanos, eram de um rei - o autocrata excelso dos silabários; a pausa hierática do andar deixava sentir o esforço, a cada passo, que ele fazia para levar adiante, de empurrão, o progresso do ensino público; o olhar fulgurante, sob a crispação áspera dos supercílios de monstro japonês, penetrando de luz as almas circunstantes - era a educação da inteligência; o queixo, severamente escanhoado, de orelha a orelha, lembrava a lisura das consciências limpas - era a educação moral. A própria estatura, na imobilidade do gesto, na mudez do vulto, a simples estatura dizia dele: aqui está um grande homem... não vêem os côvados de Golias?! Retorça-se sobre tudo isto um par de bigodes, volutas maciças de fios alvos, torneadas a capricho, cobrindo os lábios, fecho de prata sobre o silêncio de ouro, que tão belamente impunha como o retraimento fecundo do seu espírito, - teremos esboçado, moralmente, materialmente, o perfil do ilustre diretor. Em suma, um personagem que, ao primeiro exame, produzia-nos a impressão de um enfermo, desta enfermidade atroz e estranha: a obsessão da própria estátua.
Como tardasse a estátua, Aristarco interinamente satisfazia-se com a afluência dos estudantes ricos para o seu instituto. (O Ateneu, Raul Pompeia)


- Para finalizar em  alto astral,  que tal relembrar de um tipo de professor que acredita no que faz, acredita nos seus sonhos e é capaz de levar todos a seguirem pelo mesmo caminho, inclusive indo ao encontro a uma "Viagem ao centro da Terra": ninguém menos do que o professor Otto Lidenbrock que,  pela escrita de Julio Verne,  foi capaz de encarar a maior de todas as aventuras, para deleito dos leitores uma página após a outra.



Então era isso amigos das ideias, a postagem de hoje  é uma homenagem aos professores, dentre os quais me incluo e, por isso mesmo permiti-me ser mais leve e solta e, quase numa brincadeira divertir-me com a lembrança desses personagens.
As imagens ficam todas creditadas ao Google images, bem como à Wikipedia fica o crédito pelo currículo dos mestres de Hogwarts.


Até breve,
Cármen Machado.


segunda-feira, 15 de outubro de 2012

"Viva a vida" e aumenta que isso aí é rock and roll!



Do acordeão à guitarra elétrica, a história do rock de Guaíba
       O nosso rock: a história do rock de Guaíba
      César Tadeu Barcellos , 172 p.
       Ed. do autor: Ideograf, 2010.                                                              
Reunindo as memórias de sua ligação com a música desde a infância, César Tadeu Barcellos, ou melhor, Tio César, “arranja” neste livro as peripécias roqueiras neste nosso berço da Revolução Farroupilha entre os anos 60 e 70 e, de saída, prova que o bom e velho rock and roll  nunca morre.
Nascido em Getúlio Vargas, interior do RS, seu primeiro contato com a música foi tocando acordeão com seu pai no início dos 60’. Na época, conta, a sintonia com o resto mundo não era fácil: sem televisão, notícias nada atualizadas em rádios e jornais, “as estrelas do rock pareciam inatingíveis, coisas da imaginação, eram como extraterrestres (às vezes chego a pensar o mesmo sobre a Lady Gaga, não sei por que) que viviam num outro mundo bem distante da nossa galáxia interiorana”.
Foi através do cinema (e, amigos, podem ir esquecendo essas modernas salas de shopping que insistem em chamar de “cinema”, não era nada disso), que o guri acordeonista se aproximou dos ídolos que lhe apontaram o caminho do rock. O “acorde” de misericórdia na vaneira foi dado quando ouviu Beatles pela primeira vez.  

          A hard Day’s Nigth (...) Uma loucura! Aquilo foi o mesmo que   uma ordem para jogar meu acordeom, chapéu, botas e bombachas fora.
     E a ordem foi cumprida à risca- virei roqueiro” (pág.10)
           
Rock corre nas veias e, desde então, a vida de Cesar Tadeu Barcellos tem como trilha sonora "only rock’and roll"( and He like it).  Mudança para Guaíba veio, amigos “falando a mesma  linguagem”,  cabelos crescendo e não podia dar outra: nasceu uma banda: Os trepidantes, criada em 1967  e que animou bailes, shows e fez muita festa em Guaíba. Até que as responsabilidades chamaram, afinal de contas, roqueiro também casa, tem filhos, mulher, e até trabalha em banco, com cabelo cortadinho, barba feita, terno e gravata. (E aqui vai um conselho, caro amigo das ideias, na próxima vez que for ao banco, dê uma boa olhada no seu gerente de contas, talvez, por trás do terno engomado, esconda-se um um roqueiro dos bons.)

http://ofumeta.zip.net/arch2007-03-01_2007-03-31.html/
"Os trepidantes", ensaio em 1967 com
Jorge(Trini), Adro, Ricardo e César
Então, como é que o roqueiro renasceu das cinzas, depois de 25 anos de "stand by", como o próprio César diz? 
Ah!, isso só lendo o livro pra saber, né, porque eu não vou contar tudo aqui. O mais importante é que, esse regresso teve uma tremenda aceitação, na cidade: "houve, digamos, um certo encantamento da garotada roqueira em ver tantos 'dinossauros' juntos em cima de um palco e, pior, fazendo rock"(pág. 130).
A partir de então, novos adeptos e bandas foram surgindo e veio a necessidade de um registro desses grupos. O que a princípio era um simples mural com nomes e endereços para contatos dos músicos foi a origem  do livro  Nosso rock, a história do rock de Guaíba:

                 " Resumidamente, este livro tem apenas três  objetivo, mas que se forem atingidos em parte ou no todo, resultará numa evolução espetacular paras nossos músicos roqueiros e para o rock-arte de nossa cidade, pelo menos na minha ótica, que são:     
         -   Apresentar um pouco da história do rock de Guaíba.          
         - Buscar a valorização dos nossos roqueiros como artistas e do rock como arte.
          - Apresentar para Guaíba as bandas de rock que fizeram e que estão fazendo a história do  Nosso  Rock."( pag. 15)

E isso não é pouco em uma cidade onde a cultura tradicionalista está tão enraizada, é preciso abrir espaço, muitas vezes com metais, guitarras e volume altíssimo, não esqueçamos que o rock já foi considerado como "música do diabo" e as generalizações são fáceis de difundir mas praticamente impossíveis esquecer. Mas é preciso separar o joio do trigo e reconhecer o que é arte e o que é realmente baderna. 
É incrível como o livro elenca uma série enorme de bandas que passaram ,ou que ainda continuam ativas em solo guaibense e até no exterior, inclusive Os trepidantes, é claro. A lista chega mesmo a ter uma parte dedicada à parte feminina do rock, (sim, amigos das ideias, aqui em terras farroupilhas, há "prendas" fazendo rock), no capítulo intitulado "Rock cor-de-rosa" podemos  conhecê-las e eu, que não "toco" nem pedrinha n'água, e sou cantora de banheiro(registrada na ordem dos músicos e tudo)  morro de inveja (que é o que me resta nesta festa, além de fazer esta resenha  rsrsr).
Com as mais diversas influências e estilos, a história de cada uma das banda em si já daria, com certeza um livro à parte. O mesmo vale para os sugestivos nomes que adotaram o que, obviamente deve ser material para mais um volume. (Quem sabe o Tio Cesar não aproveita a ideia?). Por exemplo......., .......... uhm, resolvi não citar nenhuma porque tu vais ler o livro e, então, cá estaremos para bater papo sobre isso, ok. Além disso, na faixa 6 do CD Viva a Vida - Os trepidantes(2006)*, a letra da excelente "Woodstock local"  fala de algumas delas, não deixe de ouvir o CD também, certo.
As fotografias que acompanham a descrição de cada banda também merecem algumas considerações, pois algumas mostram as bandas em ação e, por certo, devem despertar emoções saudosistas não só nos componentes, como nos fãs. Vale a pena acompanhar o histórico de cada um dos grupos, analisar as imagens e viajar no tempo, a cada página, um acorde distorcido vibra em nossos ouvidos, posso garantir.
E o mais importante  é que o Tio César continua por aqui dando voz à cena roqueira guaibense e levando a bandeira do Rock'and roll, buscando apoio oficial para eventos e abrindo oportunidades para as novas gerações, inclusive junto à comunidade escolar, "as escolas poderiam incentivar o rock, por exemplo, realizando ao menos duas vezes por ano, um festival específico para músicas inéditas e do tipo 'cover' "(pág 35). Uma excelente opção a ser considerada pelas gestões estadual e municipal. Fica o reforço à dica do Tio César.
Para encerrar nosso bate-papo, amigos das ideias, aviso-os de que não sou especialista em música. Atrevi-me a esta resenha como ouvinte e apreciadora de boa música em geral e do Rock'and roll em particular, portanto, qualquer sandice  técnica/vocabular que eu tenha cometido por aqui, fiquem à vontade para contestar, estamos aí. O espaço para os comentários fica sempre à disposição dos amigos.
Seguem algumas imagens, (especialmente do meu CD, devidamente autografado) pelo amigo Amauri Rubim, e termino agradecendo ao Tio César Tadeu Barcellos que compartilhou conosco sua história, a história d'  "O nosso rock", a história do rock de Guaíba. 
Ah!, também, abaixo, a letra da minha favorita dos Trepidantes: "Fraude ambulante"(faixa 2 de Viva a vida) . No mais,  é country-rock e deixa assim!
Abraços a todos! 
Até a próxima ideia de canário, que não são poucas, mas vai dizer isso para o relógio que insiste em reservar só 24h para cada dia.

bjokk, 
Cármen Machado.
Os trepidantes, formação recente: Amauri Rubim, Tio César Barcellos, Marcelo Andrade e Giovani Aguiar
detalhe interno da capa do CD autografado

Fraude ambulante

Não acredito em você, /
em nada  que em nada que você faz  /
em nada que você diz
em nada que você pensa ou diz que quer fazer/
como consegue viver
nessa mentira só
tua vida é uma farsa, casa de esquimó
de esquimo, de esquimó
não acredito em você
nesse sorriso fingido soluços de crocodilo /
se diz que vai não vai  se diz que foi não  foi
você não sabe ser
sempre rodeado de amigos do tipo escravos de jó
verdade tem que ser dita: "cê" está sempre só,
sempre só, sempre só....
fraude, você é uma fraude ambulante,
fraude itinerante
uma fraude, uma fraude  só(...)


           
Capa do CD Viva a vida/2006*

Detalhe: a origem da faixa 1: "É proibido proibir"



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terça-feira, 9 de outubro de 2012

Coletânea para novos escritores